I – INTRODUÇÃO
A escola é uma instituição que está ligada à sociedade se faz necessário mostrar que sozinha ela não será capaz de educar as gerações que estão por vir. O artigo 27, inciso I da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) referencia a educação baseada em valores ao determinar que os conteúdos curriculares da educação básica devam observar as seguintes diretrizes: “A difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e a ordem democrática”.
A escola tem como papel principal a formação de um cidadão consciente que valorize a postura humana e que essas posturas contribuam para a transformação do nosso planeta para o bem de seus habitantes.
Uma escola de precisa ter certeza do que quer desenvolver em uma criança, para formar uma criança saudável, desenvolver sua capacidade de aprender, de pensar e estabelecer as bases para a formação de uma pessoa ética capaz de conviver num ambiente democrático.
A escola precisa propor atividades que desenvolvam o conhecimento, habilidades, atitudes e valores adequados.
Este trabalho pretende mostrar que através da elaboração de projetos que englobam várias matérias e conhecimentos que eles visam à aprendizagem como um processo global e complexo.
Para elaborar um projeto é preciso saber como e onde queremos chegar, assim saberemos como agir. O tema do projeto deve ser de interesse dos educandos. O professor deve instigar a curiosidade de seus alunos sobre o tema proposto, agindo dessa forma, a avaliação do projeto será positiva e rica.
A função do projeto é a de tornar a aprendizagem real e atrativa para o educando, englobando a educação em um plano de trabalho agradável, sem impor os conteúdos programáticos de forma autoritária
Através do estudo por projetos, o aluno busca e consegue informações, lê, conversa, faz investigações, formula hipóteses, anota dados, calcula, reúne o necessário, e por fim, converte tudo isso em ponto de partida para a construção e ampliação de novas estruturas cognitivas.
"Os projetos de trabalho supõem, um enfoque do ensino que trata de ressuscitar a concepção e as praticas educativas na Escola, para dar respostas (não "a resposta") às mudanças sociais que se produzem nos meninos, meninas e adolescentes e na função da educação e não simplesmente readaptar uma proposta do passado e atualizá-la" (Hernandez, 1998, p 64).
Ao trabalharmos em sala de aula o projeto com o tema “Moradias”, por exemplo, poderemos explorá-lo de várias formas, basta termos organizados seu conteúdo, seus objetivos especificados, o cronograma definido e os tipos de avaliações que serão utilizadas.
Observa-se, durante a pesquisa, que a literatura no ambiente escolar ainda está voltada para a praticidade, ligada ao trabalho com a gramática normativa e decodificação de informações nos textos. No entanto, os educadores têm consciência da importância que a literatura pode vir a ter no desenvolvimento dos alunos.
Verifica-se também, o interesse que a literatura pode despertar entre os educandos e o processo reflexivo que é despertado durante a leitura, reflexão esta que não se limita à intenção do texto, pois é capaz de detonar saberes sobre o mundo e sobre o próprio leitor, induzindo-o à busca por novas leituras e descobertas.
II – OBJETIVOS GERAIS
O objetivo geral deste trabalho além do incentivo contínuo da leitura, buscar desenvolver através de projetos os valores como amor ao próximo e a cidadania.
III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Conhecer e respeitar os diferentes costumes das famílias, grupos e povos.
· Valores, amor e respeito ao próximo.
· Destacar o papel do homem com ser transformador.
· Apresentar os problemas sociais como a falta de moradia.
· Tipos de moradias.
· Incentivar prática da leitura.
IV - JUSTIFICATIVA
O tema deste trabalho tem como objetivos:
· A vivência de cada criança focando o seu grupo social e cultural e valores.
· Incentivar a leitura
· Identificar a função social da leitura e da escrita.
· Desenvolver o espírito de amor e solidariedade vivenciando valores na educação.
Através da história dos Três porquinhos. Com ela o professor poderá desenvolver uma série de atividades a fim de discutir o tema proposto. Ele irá explorar as qualidades dos personagens levando os alunos a refletirem sobre a individualidade de cada um, sobre os tipos de moradias que existem, comentar sobre os problemas sociais como a falta de moradia, conversar com as crianças sobre suas casas, seus costumes, suas famílias observando e fazendo comparações entre as diferenças e semelhanças, incentivar a prática da leitura, fazer com que a criança faça o reconto da história e incluir as outras áreas do conhecimento.
Acreditamos que é importante considerar as práticas de leitura e de escrita como elementos significativos para ampliar a nossa compreensão sobre o objeto de pesquisa proposto. A prática da leitura se faz presente em todos os níveis educacionais desde o período da alfabetização. A escola concebe o livro didático como instrumento básico, como um complemento primeiro às funções pedagógicas exercidas pelo professor.
É por essa razão que o texto escrito é colocado no centro da vivência professor – aluno, despontando como mediador dessa relação e veículo para instigar discussões, reflexões ou novas práticas.
Percebemos que a escola dá um enfoque especial nas atividades de leitura; essa tendência a trabalhar a leitura como uma "ação mecanizada", descontextualizada de seu real sentido, compromete a construção de sentido e significado do texto para os alunos.
V - REVISÃO LITERÁRIA
Gardner considera que um projeto oferece ao aluno a oportunidade de explorar uma idéia, ou construir um produto; essa idéia, ou esse produto foi antes pensado ou imaginado. É por isso que o resultado de um projeto sempre precisa ser significativo para quem o imaginou e o executou.
Os projetos são organizados em torno de temas que intrigam o aluo e oferecem condições para criar laços temáticos entre as disciplinas. As atividades desenvolvidas devem procurar estimular as variedades de inteligências e aplicar diversos recursos para que sejam desenvolvidas habilidades de linguagem, exploração numérica e geométrica, noções de ciências, estudos sociais e artes.
Segundo Barbosa (1999) o projeto de trabalhos pode se caracterizar como um instrumento capaz de romper o ciclo inibitório da aprendizagem e de criar situações que possibilitem a formação de um ciclo de progresso, neste mesmo processo.
Para essa mesma autora "a integração dos termos Projeto de Trabalho completam uma expressão que significa para a psicopedagogia, a montagem de um planejamento, pelo aprendiz, como objetivo de realizar uma ação que o aproxime da aprendizagem, que permita com que viva um processo e possa avaliá-lo tanto em relação ao que foi planejado, quanto no que diz respeito a eficiência do mesmo no auxilia da superação de suas dificuldades (BARBOSA, 1999, p. 18).
A duração de um projeto varia, dependendo do interesse dos alunos pelo tema proposto, dos problemas que surgirem e da própria motivação do grupo para dar ou não continuidade.
Para Gardner, não adianta elaborar projetos maravilhosos de se ver, mas distantes da realidade que se ensina nas escolas, ou mesmo desligados dos assuntos escolares.
Ao longo da execução dos projetos, o professor deve observar o trabalho dos alunos, analisar suas áreas de interesse e desenvolver estratégias para auxiliar cada um a avançar nas áreas em que se mostrar mais frágil. Deve procurar estimular os alunos a planejar, revisar seus trabalhos, cooperar e contribuir com os colegas.
A leitura amplia os conhecimentos do ser humano. É através dela ou mesmo pelo hábito de ler que o indivíduo habilita-se a exercer os conhecimentos culturalmente construídos e dessa forma escala com maior facilidade os novos degraus do ensino, e em conseqüência atinge também sua realização profissional.
Os contos de fadas nem sempre foram da maneira como nós os conhecemos hoje. Mais tarde, foram adaptados pela literatura infantil para ajudar na educação das crianças, pois os contos de fadas mostravam as dificuldades da vida para os seres humanos, principalmente os mais pobres.
A literatura infantil, sem dúvida, tem um papel importante no processo de formação da personalidade da criança.
CUNHA (1997) defende que,
A idéia de que a leitura vai fazer bem à criança ou o jovem, leva-nos a obrigá-los a ler, como lhes impomos a colher de remédio, a injeção, a escova de dentes, a escola. Assim, é comum o menino sentir-se coagido, tendo de submeter-se a uma avaliação, e sendo punido se não cumprir as regras do jogo que ele não definiu, nem entendeu. É a tortura sutil e sem marcas "observáveis a olho nu", de que não nos damos conta (CUNHA, 1997,p.51).
Muitos educadores acreditam que crianças que convivem com um meio letrado, sendo estimuladas a ler, possuem maiores e melhores condições de desenvolver sua criticidade em seu entorno social. Contudo, numa sociedade onde estão presentes a injustiça, a desigualdade, a miséria e a fome não é difícil encontrar pessoas que não têm acesso à informação sistematizada, aos diversos conhecimentos produzidos preferencialmente no interior das escolas.
Se questionados os educadores dirão que atualmente é dever da escola promover a democratização da leitura. Entretanto faz-se necessário analisar como vem ocorrendo a circulação dos textos no ambiente escolar e a produção de sentido sobre os mesmos. Observa-se certa rigidez e controle sobre o ato de leitura e interpretação dos textos na escola.
A atividade com a Literatura Infantil desemboca num momento em que é imprescindível dar relevância ao processo de compreensão, cabendo ao professor detonar as múltiplas visões de cada criação literária. "É a compreensão que complementa a recepção, uma vez que evidencia a captação de um sentido, estabelecendo as relações que existem ente a significação e a situação atual e histórica do leitor". (ZILBERMAN; 1998; p. 24)
VI – RELATÓRIO DA APLICAÇÃO DO “PROJETO MORADIAS”
O Projeto Moradias foi aplicado em uma das salas de educação infantil do “CERI - Prof. Ari Monteiro Galvão”, escola da Rede Municipal de Ensino deste município, com a ajuda da professora titular da sala de aula.
No primeiro momento, cantamos a música “A casa”, de Vinícius de Moraes, perguntamos como era a casa de cada um e os costumes de sua família e sugerimos que desenhassem sobre o que havíamos discutido. Aproveitamos a música e trabalhamos com o alfabeto móvel para “montarmos” palavra “CASA”. Algumas crianças conseguiram “montar” seu próprio nome também, (espontaneamente). A professora pediu aos alunos que pesquisassem em suas casas, gravuras de vários tipos de moradias e trouxessem para a escola para que fosse montado um painel.
Após a montagem do painel fizemos um debate sobre as gravuras das moradias que os alunos trouxeram. Nosso painel foi montado com uma vasta variedade de casas térreas, sobrados, prédios, casas de madeiras (imagens de favelas), palafitas, etc. Questões sobre os aspectos econômicos dos “donos” das moradias foram questionados.
Por residirem em um município do interior do estado de São Paulo e que não possui prédios de apartamentos, (apenas sobrados), muitos alunos ficaram entusiasmados e ao mesmo tempo intrigados com a construção de prédios.
Apesar de já terem visto vários prédios no televisor, os alunos faziam muitas perguntas. Queriam saber “como uma casa consegue ficar em cima da outra e não cair”, “quem inventou o prédio”, “se o morador de um prédio muito alto não cansava para subir as escadas pra chegar ao seu apartamento”, “por que chamavam essa casa de apartamento”, entre outras perguntas.
A aula desse dia foi muito interessante, tanto para nós por vermos o interesse dos alunos pelo assunto como para os alunos, para satisfazerem suas curiosidades. Nesse dia, também demos uma volta no quarteirão da escola com os alunos para compararmos as semelhanças e diferenças entre as casas que vimos.
Elaboramos jogos como o quebra-cabeça com algumas gravuras que sobraram do painel.
Num outro momento, assistimos ao filme dos Três porquinhos onde os alunos puderam fazer comparações sobre as casas que eles construíram, refletiram sobre as atitudes de cada porquinho e do lobo. Os aspectos afetivos dos personagens da história foram questionados também.
A cada etapa do projeto era pedido aos alunos fizessem um registro através de desenhos para depois montarmos um livrinho sobre o tema. Já sobre o filme que assistimos, foi realizada uma dramatização onde os alunos davam uma lição de moral no lobo mau.
Para a finalização do projeto, fizemos uma Feira do Livro com os livrinhos criados por eles e apresentamos a dramatização do filme dos Três porquinhos.
O Projeto foi muito bem aceito pelos alunos, os pais e a escola colaboram em todas as etapas do desenvolvimento do projeto.
Depois desse projeto, as crianças pediam cada vez mais para ler outras histórias infantis.
VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pudemos constatar que, através da aplicação de um projeto bem elaborado é possível trabalhar as diversas áreas do conhecimento de maneira satisfatória.
A leitura para ser produzida "tem que ter sua historia", isto depende da vivência de mundo que cada ser humano possui, seu grau de vivência e condição de vida reflete no seu entendimento, daí a justificativa de que muitas pessoas fazem leituras e escritas diferentes, pois sempre são possíveis novas leituras e escritas.
Concordamos com ZILBERMAN (1998) quando diz que a leitura é infinita como: "o meio de que dispomos para adquirir informações e desenvolver reflexões criticas para a realidade, e, de forma clara e objetiva, conceitua e clarifica o mundo em que vivemos".
O trabalho com projetos torna-se uma metodologia adequada para ajudar na formação de um adulto mais consciente.
9 de setembro de 2009
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