Oi,
meu nome é Carlos Eduardo e vou contar uma historia a você...
Num dia chuvoso e escuro decidi
viajar. Estava no meio do nada quando meu carro parou de repente. Fiquei com
medo do que podia me acontecer. Avistei uma casa um pouco longe do local onde
eu estava, e empurrei meu carro até aquela casa grande, velha e toda cercada de
mato. Bati na porta e uma velha senhora de olhar simpático me atendeu, contei a
ela o que havia acontecido, e não tinha onde dormir, então ela me ofereceu um
quarto e um prato de comida.
Fui
para o quarto dormir, estava tudo muito quieto. De repente, uma porta bateu com
muita força, eu me levantei para ver o que tinha acontecido. Andei pela casa
toda e não vi ninguém. Quando voltei para o meu quarto, vi que minha janela
estava aberta, fiquei com tanto medo que logo fui dormir. Pela manhã, acordei e
a velhinha estava sentada me olhando dormir.
Fiquei
assustado com o jeito que ela me olhava. Não consegui entender o que ela queria
comigo, então ela me chamou, e falou que já haviam arrumado o meu carro e que
eu podia ir embora, mas fiquei pensando. Por que ela queria que eu fosse embora
com tanta pressa? Imaginei que havia algo que ela não queria que eu visse. Ela
me deixou tomando café sozinho e foi para o celeiro. Eu a segui, sem deixar ela
me ver e entrei. No celeiro, a senhora me pegou de surpresa. Eu vi muitas
pessoas mortas naquele lugar. Ela, provavelmente, achou que eu quisesse me
meter e por isso havia me mandado embora. Ela falou com uma voz muito triste e
vingativa que eu tinha que morrer, então comecei a correr, mas não deu tempo,
haviam três homens ajudando-a. Eles me pegaram e foi o meu fim.
Autora:
Jennifer Luana
A
POUSADA ABANDONADA
Era época de primavera.
Thais, Thainara e Larissa haviam combinado um fim de semana junto. Elas iam
para um hotel, mas no caminho avistaram uma pousada. Thais já estava cansada de
tanto dirigir, foi então que decidiram passar a noite nessa pousada. Quando
entraram lá ficaram arrepiadas, pois a vista era assustadora. Mesmo assim,
continuaram com a idéia de ficar lá.
Quando tudo já estava arrumado e elas já estavam deitadas, uma senhora
com roupas escuras e com o rosto pálido bateu na porta desesperada. Ela disse
que era para as meninas saírem dalí o mais rápido possível, pois todos que
haviam visitado aquela pousada morreram.
As meninas ficaram
desesperadas e não sabiam mais o que fazer, mas os minutos foram se passando e
elas foram ficando mais calmas. De madrugada, Thais e Larissa acordaram-se com
berros. Elas foram chamar Thainara, mas ela não estava em sua cama. Quando elas desceram as escadas, Thainara
estava sendo torturada. Muito assustadas Thais e Larissa agiram sem pensar nas
consequências e agrediram com violência quem estava maltratando Thainara.
Quando a pessoa desmaiou, elas aproximaram-se para ver o rosto e qual não foi a
surpresa ao descobrirem que era a senhora que havia avisado a elas para que não
dormissem ali.
Sem entender a situação,
elas ligaram para a polícia. Quando a senhora acordou, ela não lembrava de
absolutamente nada. Os policiais conversaram com ela e explicaram a situação,
ela negou tudo, mas logo em seguida caiu aos prantos em um choro constante. Ela
falou que tinha problemas, que já havia ido ao médico para se tratar, mas que
com o tempo acabou desistindo.
Naquela noite, a senhora que se
chamava Beth, passou a noite na cadeia. Thais e Larissa levaram Thainara para
um hospital. No dia seguinte, quando elas já estavam em casa a polícia ligou e
disse que eles encaminharam dona Beth para ser internada em uma clínica para
pessoas que sofrem de problemas de memória como ela.
Dias se passaram, mas será que essa
senhora vai voltar a aterrorizar aquela pousada? Bom, isso só o tempo vai dizer!
Autora: Thais Farias
Braz
O
JARDIM
09 de Junho de 1963. Nesse dia John jurou
se vingar de sua esposa, Sophie Wilkinson. O motivo da vingança? Traição. Ele
havia descoberto, mas ela não sabia. Então, ele levou sua esposa para passar um
final de semana na casa de seu avô, já falecido, George Wilkinson. John
Wilkinson era um homem calmo, mas jurou matar sua mulher, pois não aceitava a
traição. Ao chegarem a casa, que ficava no Mississipi e se localizava em um
lugar mais afastado de frente para um lago, ele mostrou a casa para sua mulher.
A casa era linda por fora, mas assustadora por dentro, pois foi ali mesmo na
sala, que George Wilkinson foi morto pelo próprio neto, Orlando irmão de John.
Orlando após matar o avô com dois tiros, um no peito e outro no abdômen, se
matou com um tiro na cabeça.
A casa era fria, escura, assustadora e
silenciosa, as vezes dava medo e outrora era perturbador. Sophie e John
deixaram as malas em um canto do quarto e caíram em um sono profundo. Logo pela
manhã, eles acordaram cedo, tomaram café e foram ao jardim, que ficava atrás da
casa. Sophie admirava o jardim, um belo jardim cheio de rosas.
Enquanto ela olhava para o jardim, John
decidiu colocar seu plano de vingança em ação. Ele pegou uma pá e aproximou-se
de Sophie, chamando-a. Ela estava de costas para ele, virou-se e ele lhe deu um
tapa na cara com as costas da mão, fazendo-a cair. Ao ver o marido com a pá na
mão ela ficou desesperada, já imaginando o motivo da reação dele. Ele deu um
passo em sua direção e o coração dela começou a bater mais forte. A cada passo
dele o coração dela batia mais rápido e mais forte. Quando ele finalmente
chegou ao lado de Sophie, ele colocou a pá no pescoço dela e falou :
-
Adeus Sophie!
O olhar dela era de desespero. Com um
golpe rápido e certeiro com a pá, ele arrancou-lhe a cabeça que saiu rolando e
foi parar no meio do jardim. Depois de matar a própria esposa, John jogou o
corpo dela no lago, pegou uma pedra e jogou em cima do corpo de Sophie. Após o
acontecimento, John Wilkinson voltou a sua vida normal, mas com uma diferença:
vivendo na casa de seu avô.
Autora : Larissa Spézia
A
CASA FANTASMA
Os
fatos que vou contar é sobre uma casa misteriosa e assustadora, onde ninguém
tinha coragem de entrar. Muitas pessoas diziam que esta casa tinha uma lenda,
esta lenda dizia que a casa tinha um fantasma que morava nela. Quem teve a
coragem de entrar na casa jamais saiu. As pessoas que passavam por perto se
aterrorizavam com os gemidos que ouviam vindo da casa.
Certo dia, tinha um menino que era
novo na região, estava jogando bola na frente dessa casa, ele não sabia nada
sobre os mistérios da casa e, em um certo momento da brincadeira, o menino deu
um chute muito forte na bola e ela acabou entrando na casa. Ele, sem saber o
risco que corria, acabou entrando na casa para pegar sua bola. Quando ele
começou a procurar, escutou um gemido vindo do porão. Bastante corajoso, foi
ver o que estava gemendo tanto. Quando ele chegou ao porão, não conseguia ver
nada, só ouvir os gemidos. Começou a
andar e viu perto da janela uma caixa. Ele pegou essa caixa e abriu pra ver o
que tinha nela. Quando ele puxou a tampa, viu um monte de gatinhos gemendo de
fome.
Autor: Samuel Alexandre
Ovinski
A
CASA DO LAGO
Era
uma casa feita sobre um orfanato, sua cor era um branco meio fosco. Essa casa
foi testemunha de várias mortes. Podia relatar todas, mais não tenho tempo.
Certo dia resolvi investigar jornais velhos para ver sua história, até que eu
achei uma pista: da família que construiu a casa, morreram todos cegos.
Resolvi entrar na casa para ver.
Foi a pior ideia da minha vida. Peguei uma lanterna e fui. Entrei pela porta
misteriosa, lá tinha um cheiro de mofo, havia tábuas soltas no chão, tinha um
papel florido na parede, quadros na sala de estar. Eu moraria ali, não fosse
sua história maldita.
Não me assustei muito, até que
entrei em um quarto de criança e, de repente, as bonecas daquele quarto
começaram a virar as cabeças, olhando fixamente para mim! Aquilo arrepiou os
pelos do meu braço.
Dei dois passos para trás e vi uma
garota toda machucada, com uma grande ferida no rosto. Meu coração disparou e
saí correndo e, de repente, a porta fecha, a menina desce as escadas.
Autor: Matheus Nicollas
Ivakoski Dos Santos
A
ÚLTIMA CASA
Jonas
era um pai de família, que perdeu sua filha e sua esposa em um navio que sumiu
e nunca mais voltou. Desde então Jonas passou a ser um pesquisador de mistério.
Ele pegou seu equipamento e foi para uma casa assombrada, que ficava em uma
vila bem afastada da cidade grande. Naquela vila tinha apenas uma casa, a casa
dos Wilson. Todos falavam que era mal- assombrada, porque todos da família
Wilson morreram naquela casa, mas ninguém descobriu como eles morreram.
Certa vez, uma família foi se hospedar
na casa, mas eles não sabiam que ela mal-assombrada, a família via que era só
uma casa velha. Passaram-se duas semanas e todos morreram e ninguém sabia o
porquê.
Jonas disse que ficaria duas
semanas na casa, queria saber o que estava havendo naquela casa. Passa a
primeira semana. Indo para a segunda semana, ele começou a ouvir barulhos
estranhos, ficou louco e desapareceu. Nunca mais ninguém ouviu falar nele, o
pesquisador de mistérios.
Autor: Anderson Luiz de
Andrade
A
CASA DO TERROR
Eu
morava com meu marido na cidade de Antônio Carlos, mas tivemos que nos mudar.
Fomos para uma casa em um sítio e adoramos o lugar. Na segunda semana da
mudança, após nos instalarmos, comecei a ouvir barulhos esquisitos como gritos,
mas meu marido falou que podiam ser árvores e esquilos. Não acreditei.
No dia seguinte, quando ele
saiu para trabalhar, fui limpar a casa e assim que entrei na sala, notei que
pela parede escorria uma ''gosma''. Quando meu marido voltou, aquela gosma ainda
estava lá, chamei ele correndo, mas assim que ele chegou na sala, não tinha
mais nada. Ele falou que eu devia estar nervosa. Estava, na verdade, me
chamando de louca! E eu tentei esquecer.
Mais
um dia se passou, e novamente a gosma apareceu. Fiquei com muita raiva, sentia
como se a casa estivesse brincando comigo. Então gritei muito e senti o ''fogo
da raiva'' subir. Quebrei uma tábua do assoalho e de repente, minhas fotos e
móveis começaram a pegar fogo. Com raiva continuei a arrancar tábuas e o lustre
caiu em minha cabeça. Desmaiei. Quando acordei estava ao lado de meu marido,
ele estava me ajudando. A expressão do rosto dele era de pavor, ao ver tudo
destruído me perguntou o que havia acontecido, respondi que era culpa da casa.
Ele não falou nada... Hoje estou em um hospício, mas garanto que não sou louca!
Autora: Thainara dos Passos
Oliveira
A
CASA DE ILUSÕES
Eu
não queria mais viver aquilo. Eram noites e noites em claro. Eu sabia, que tão
cedo não iria acabar. É só na minha casa... por quê? Minha mãe diz que é uma
simples ilusão, que eu estou vendo coisas, mas sei que não. Desde que me mudei
pra essa casa, comecei a ver coisas onde não tem. Mas... tem uma coisa que me
agonia... eu sinto uma presença dentro do meu quarto, parece que tem alguém me
olhando. Já fui em psicólogo pra ver se eu estava ficando realmente louca, mas
não, nada consta.
Já é
de muito tempo isso, mas eu nunca pensei em perguntar pra minha mãe quem tinha
morado antes naquela casa horrenda. Na mesma hora que tive essa ideia, fui
correndo falar com minha mãe, pra minha sorte ela não estava em casa... Eu
estava SOZINHA! Claro, sem dúvidas entrei em desespero. Eu nunca tinha ficado
em casa sozinha, pelo menos não que eu saiba, talvez ela tenha feito isso pra
eu ver que isso era apenas uma coisa da minha cabeça. Não tive coragem de ficar
ali. Fui correndo para casa da minha amiga ao lado. Contei tudo pra ela.
Ela me lembrou que a mãe dela lia
cartas e aproveitamos pra ver o que estava acontecendo. Ela viu, falou um monte
de coisas e eu não fazia a menor ideia do que ela estava falando. Demorou...
demorou... até que ela disse:
- Já
sei! Você tem alguém muito importante na família que morreu?
Eu
pensei, pensei, mas na hora não me veio à cabeça. Ela disse:
- É
isso que está acontecendo, essa pessoa está aqui para te proteger.
Depois
que ela me disse isso, fiquei pensando por muito tempo e no fim descobri que
essa pessoa que veio pra me proteger era minha vó! Nossa, quando eu lembrei
fiquei muito feliz, tão feliz que fui correndo contar para minha mãe o que
havia acontecido, que aquele medo era apenas minha avó querendo me proteger.
Quando cheguei lembrei que minha mãe não estava em casa, mais mesmo assim não
fiquei com medo, pois sabia que era apenas minha avó. Demorou um pouco, mas ela
voltou e contei tudo pra ela. Ela não acreditou muito, mais o que importa é que
meu medo foi embora.
Autora: Maria Eduarda Cunha
de Freitas
NOITE
MALDITA
Eu
morava numa ótima casa com minha família. Tínhamos tudo, mas meus filhos
queriam morar em um lugar maior. Um dia cheguei em casa com uma novidade: havia
comprado uma casa nova para morarmos. Meus filhos pulavam de alegria com a
notícia e eu, meu marido e meus filhos nos mudamos para a nova casa. O antigo
dono disse que a casa era assombrada pelo espírito de sua esposa e falou para
não entrarmos no quarto de hóspedes. Meus filhos ficaram com medo, mas eu e meu
marido falamos que era brincadeira daquele homem. Passaram vários dias até que
meu marido comentou sobre algo que acontecia durante a noite na casa:
-
Meu amor, estão acontecendo coisas estranhas na casa...
-
Que tipo de coisas? – perguntei.
- As
janelas se abrem sozinhas e o Braian está com umas manchas no corpo.
A
cada noite ficava pior, pois Braian estava ficando doente e só piorava. Até que
um dia ele morreu. Eu achei que estava ficando louca, sabia que havia algo
muito errado, porque os médicos não sabiam a causa da morte do meu filho. O
tempo passou e fomos vivendo a vida. Mas então, minha filha Elena ficou doente.
Aí me lembrei do que o antigo dono tinha falado do quarto. Fiquei intrigada com
isso e decidi entrar no quarto:
-
Nossa! Que cheiro ruim! Parece que morreu alguém aqui.
Vi
uma mancha de sangue no chão e resolvi ficar no quarto. Passei a noite vigiando
aquele quarto cheio de sangue. Enquanto eu tocava em tudo, vi que havia uma
parede oca, então quebrei a parede e encontrei duas crianças mortas e um saco
preto. Mexi no saco e vi vários pedaços de um corpo. Apavorada e aterrorizada,
corri e contei tudo para meu marido. Ligamos para a polícia e quando ela
apareceu, não foi só um corpo que encontramos, mas um bilhete escrito:
“Eu
o matei porque os amava demais. Eu amava minha esposa, mas ela mereceu isso.
Espero que quando lerem este bilhete eu já esteja longe, contudo estou triste
pelo que fiz.”
Então
resolvemos ir embora, fomos morar em outro lugar. Até hoje me pergunto qual era
a doença do meu filho e a causa de sua morte.
Autora: Michele Alves
O
BARRIL DE AMONTILLADO
Suportara
eu, enquanto possível, as mil ofensas de Fortunato. Mas quando se aventurou ele
a insultar-me, jurei vingar-me. Vós, que tão bem conheceis a natureza de minha
alma, não havereis de supor, porém, que proferi alguma ameaça. Afinal, deveria
vingar-me. Isso era um ponto definitivamente assentado, mas essa resolução,
definitiva, excluía ideia de risco. Eu devia não só punir, mas punir com impunidade. Não se desagrava uma injúria quando o castigo cai sobre o
desagravante. O mesmo acontece quando o vingador deixa de fazer sentir sua
qualidade de vingador a quem o injuriou. Fica logo entendido que nem por
palavras nem por fatos dera causa a Fortunato de duvidar de minha boa-vontade.
Continuei como de costume, a fazer-lhe cara alegre, e ele não percebia que meu
sorriso agora se originava da ideia de sua imolação. O Fortunato tinha o seu
lado fraco, embora a outros respeitos fosse um homem acatado e até temido.
Orgulhava-se de ser conhecedor de vinhos.
Poucos italianos têm o verdadeiro espírito do
"conhecedor". Na maior parte, seu entusiasmo adapta-se às
circunstâncias do momento e da oportunidade, para ludibriar milionários
ingleses e austríacos. Em matéria de pintura e ourivesaria era Fortunato, a
igual de seus patrícios, um impostor; mas em assuntos de vinhos velhos era
sincero. A este respeito éramos da mesma força. Considerava-me muito entendido
em vinhos italianos e sempre que podia, comprava-os em larga escala. Foi ao
escurecer duma tarde, durante o supremo delírio carnavalesco, que encontrei meu
amigo. Abordou-me com excessivo ardor, pois já estava bastante bebido. Estava
fantasiado com um traje apertado e listado, trazendo na cabeça uma carapuça
cônica cheia de guizos. Tão contente fiquei ao vê-lo que quase não largava de
apertar-lhe a mão. E disse-lhe:
-
Meu caro Fortunato, foi uma felicidade encontrá-lo! Como está você bem disposto
hoje! Mas recebi uma pipa dum vinho, dado como Amontillado, e tenho minhas
dúvidas.
-
Como? disse ele. - Amontillado? Uma pipa? Impossível. E no meio do carnaval!
-
Tenho minhas dúvidas, - repliquei - mas fui bastante tolo para pagar o preço
total do Amontillado sem antes consultar você. Não consegui encontrá-lo e tinha
receio de perder uma pechincha.
-
Amontillado!
-
Tenho minhas dúvidas.
-
Amontillado! - E preciso desfazê-las.
-
Amontillado!
- Se
você não estivesse ocupado... Estou indo à casa Luchesi. Se há alguém que
entenda disso, é ele. Haverá de dizer…
-
Luchesi não sabe diferençar um Amontillado dum Xerex.
- No
entanto, há uns bobos que dizem por aí que, em matéria de vinhos, vocês se
equiparam.
-
Pois então vamos.
-
Para onde?
-
Para sua adega.
-
Não, meu amigo. Não quero abusar de sua boa-vontade. Você está ocupado.
Luchesi...
-
Não estou ocupado, coisa nenhuma... Vamos.
-
Não, meu amigo. Não é por isso, mas é que vejo está fortemente resfriado. A
adega está duma umidade intolerável. Suas paredes estão incrustadas de salitre.
-
Não tem importância, vamos. Um resfriado à-toa. Amontillado! Acho que você foi
enganado. Quanto a Luchesi, é incapaz de distinguir um Xerez dum Amontillado.
Assim
falando, Fortunato agarrou meu braço. Pondo no rosto uma máscara de seda e
enrolando-me num rocló, deixei-me levar por ele, às pressas, na direção do meu
palácio. Todos os criados haviam saído para brincar no carnaval. Dissera-lhes
que só voltaria de madrugada e dera-lhes explícitas ordens para não se
afastarem de casa. Foi, porém, o bastante, sabia, para que se sumissem logo que
virei as costas. Peguei dois archotes, um dos quais entreguei a Fortunato, e
conduzi-o através de várias salas até a passagem abobadada que levava à adega.
Desci à frente dele uma longa e tortuosa escada, aconselhando-o a ter cuidado.
Chegamos por fim ao sopé e ficamos juntos no chão úmido das catacumbas dos
Montresors. Meu amigo cambaleava e os guizos de sua carapuça tilintavam a cada
passo que dava.
-
Onde está a pipa? - perguntou ele.
-
Mais para o fundo, - respondi - mas repare nas teias cristalinas que brilham
nas paredes desta caverna.
Ele
voltou-se para mim e fitou-me bem nos olhos com aqueles seus dois glóbulos
vítreos que destilavam a reuma da bebedice.
-
Salitre? - perguntou ele, por fim.
- É,
sim - respondi. - Há quanto tempo está você com essa tosse?
- Eh! Eh! Eh! Eh! Eh! Eh!
Eh!... - pôs-se ele a tossir, e durante muitos minutos não conseguiu meu pobre amigo
dizer uma palavra. - Não é nada - disse ele, afinal.
-
Venha - disse eu, decidido. Vamos voltar. Sua saúde é preciosa. Você é rico,
respeitado, admirado, amado. Você é feliz como eu era outrora. Você é um homem
que faz falta. Quanto a mim, não. Voltaremos. Você pode piorar e não quero ser
responsável por isso. Além do quê, posso recorrer a Luchesi...
-
Basta! - disse ele. - Essa tosse não vale nada. Não me há de matar. Não é de
tosse que hei de morrer.
-
Isto é verdade… isto é verdade... - respondi - e, de fato, não era a minha
intenção alarmá-lo sem motivo. Mas acho que você devia tomar toda a precaução.
Um gole deste Médoc nos defenderá da umidade.
Então
fiz saltar o gargalo duma garrafa que retirei duma longa pilhada no chão.
-
Beba - disse eu, apresentando-lhe o vinho.
Levou
a garrafa aos lábios, com um olhar malicioso. Calou-se um instante e me
cumprimentou com familiaridade, fazendo tilintar os guizos.
-
Bebo pelos defuntos que repousam em torno de nós - disse ele.
- E
eu para que você viva muito.
Pegou-me
de novo no braço e prosseguimos.
-
Estas adegas são enormes - disse ele.
- Os
Montresors eram uma família rica e numerosa - respondi.
-
Não me lembro quais são suas armas.
- Um
enorme pé humano dourado em campo blau; o pé esmagando uma serpente rastejante
cujos comilhos se lhe cravam no calcanhar.
- E
qual é a divisa?
-
Nemo me impune lacessit. (ninguém me ofende impunemente. N.T.)
-
Bonito! - disse ele.
O
vinho faiscava-lhe nos olhos e os guizos tilintavam. Minha própria imaginação
se aquecia com o Médoc. Havíamos passado diante de paredes de ossos empilhados,
entre barris e pipotes, até os recessos extremos das catacumbas. Parei de novo
e desta vez e atrevi a pegar Fortunato por um braço acima do cotovelo.
- O
salitre! Veja, está aumentado. Parece musgo agarrado às paredes. Estamos
embaixo do leito do rio. As gotas de umidade filtram-se entre os ossos. Venha,
vamos antes que seja demasiado tarde… Sua tosse...
-
Não é nada - disse ele. - Continuemos. Mas antes, dê-me outro gole de Médoc.
Quebrei o gargalo duma garrafa de De
Grave e entreguei-lha. Esvaziou-a dum trago. Seus olhos cintilavam, ardentes.
Riu e jogou a garrafa para cima, com um gesto que eu não compreendi. Olhei
surpreso para ele. Repetiu o grotesco movimento.
-
Não compreende? - perguntou.
-
Não.
-
Então não pertence à irmandade?
-
Que irmandade?
-
Não é maçom?
-
Sim, sim! - respondi. - Sim, sim!
-
Você, maçom? Não é possível!
-
Sou maçom, sim repliquei.
-
Mostre o sinal - disse ele.
- É
este - respondi, retirando de sob as dobras de meu rocló uma colher de
pedreiro.
-
Você está brincando - exclamou ele, dando uns passos para trás. - Mas vamos ver
o Amontillado.
-
Pois vamos - disse eu, recolocando a colher debaixo do capote e oferecendo-lhe,
de novo, meu braço, sobre o qual se apoiou ele pesadamente.
Continuamos
o caminho em busca do Amontillado. Passamos por uma série de baixas arcadas,
demos voltas, seguimos para a frente, descemos de novo e chegamos a uma
profunda cripta, onde a impureza do ar reduzia a chama de nossos archotes a
brasas avermelhadas. No recanto mais remoto da cripta, outra se descobria menos
espaçosa. Nas suas paredes alinhavam-se restos humanos empilhados até o alto da
abóbada, à maneira das grandes catacumbas de Paris. Três lados dessa cripta
interior estavam assim ornamentados.
Do
quarto, haviam sido afastados os ossos, que jaziam misturados no chão, formando
em certo ponto um montículo de avultado tamanho. Na parede assim desguarnecida
dos ossos, percebemos um outro nicho, com cerca de um metro e vinte de
profundidade, noventa centímetros de largura e um metro e oitenta ou dois
metros e dez de altura. Não parecia ter sido escavado para um uso especial, mas
formado simplesmente pelo intervalo entre dois dos colossais pilares do teto
das catacumbas, e tinha como fundo uma das paredes, de sólido granito, que os
circunscreviam. Foi em vão que Fortunato, erguendo a tocha mortiça, tentou
espreitar a profundeza do recesso. A fraca luz não nos permitiu ver-lhe o fim.
-
Vamos - disse eu -, aqui está o amontillado. Quanto a Luchesi...
- É
um ignorantaço! - interrompeu meu amigo, enquanto caminhava, vacilante, para
diante e eu o acompanhava rente aos calcanhares.
Sem
demora, alcançou ele a extremidade do nicho, e não podendo mais prosseguir, por
causa da rocha, ficou estupidamente apatetado. Um momento mais e ei-lo
acorrentado por mim ao granito. Na sua superfície havia dois anéis de ferro,
distando um do outro cerca de sessenta centímetros, horizontalmente. De um deles
pendia curta cadeia e do outro um cadeado. Passei a corrente em torno da
cintura e prendê-lo, bem seguro, foi obra de minutos. Estava por demais atônito
para resistir. Tirando a chave saí do nicho.
-
Passe sua mão - disse eu - por sobre a parede. Não deixa de sentir o salitre. É
de fato bastante úmido. Mais uma vez permita-me implorar-lhe que volte. Não?
Então devo positivamente deixá-lo. Mas é preciso primeiro prestar-lhe todas as
pequeninas atenções que puder.
- O
Amontillado! - vociferou meu amigo, ainda não recobrado do espanto.
- É
verdade - repliquei -, o Amontillado.
Ao
dizer estas palavras, pus-me a procurar as pilhas de ossos a que me referi
antes. Jogando-os para um lado, logo descobri grande quantidade de tijolos e
argamassa. Com estes e com o auxílio de minha colher de pedreiro comecei com
vigor, a emparedar a entrada do nicho. Mal havia eu começado a acamar a
primeira fila de tijolos, descobri que a embriaguez de Fortunato tinha-se
dissipado em grande parte. O primeiro indício disto que tive foi um surdo
lamento, lá do fundo do nicho.
Não era o choro de um homem embriagado.
Seguiu, então, um longo e obstinado silêncio. Deitei a segunda camada, a
terceira e a quarta; e depois ouvi as furiosas vibrações da corrente. O barulho
durou vários minutos, durante os quais, para maior satisfação, interrompi meu
trabalho e me sentei em cima dos ossos. Quando afinal o tilintar cessou, tornei
a pegar e acabei sem interrupção a quinta, a sexta e a sétima camada. A parede
estava agora quase ao nível de meu peito. Parei de novo e levantando o archote
por cima dela, lancei uns poucos e fracos raios sobre o rosto dentro do nicho.
Uma
explosão de berros fortes e agudos, provindos da garganta do vulto acorrentado,
fez-me recuar com violência. Durante um breve momento hesitei. Tremia.
Desembainhando minha espada, comecei a apalpar com ela em torno do nicho, mas
uns instantes de reflexão me tranqüilizaram. Coloquei a mão sobre a alvenaria
sólida das catacumbas e senti-me satisfeito. Reaproximei-me da parede: Respondi
aos urros do homem. Servi-lhe de eco, ajudei-o a gritar... ultrapassei-o em
volume e em força. Fui fazendo assim e por fim cessou o clamor. Era agora
meia-noite e meu serviço chegara a cabo. Completara a oitava, a nona e a décima
camadas. Tinha acabado uma porção desta última e a décima primeira. Faltava
apenas uma pedra a ser colocada e argamassada. Carreguei-a com dificuldade por
causa do peso. Coloquei-a, em parte, na posição devida. Mas então irrompeu de dentro do nicho uma enorme gargalhada que
me fez eriçar os cabelos. Seguiu-se-lhe uma voz lamentosa, que tive dificuldade
de reconhecer como a do nobre Fortunato. A voz dizia:
-
Ah, ah, ah!... Eh, eh, eh! Uma
troça bem boa de fato… uma excelente pilhéria! Haveremos de rir a bandeiras
despregadas lá no palácio... eh, eh, eh!... a respeito desse vinho, eh! eh! eh!
- O
Amontillado! - exclamei eu.
- Eh, eh, eh!... Eh, eh, eh!... Sim... o Amontillado! Já não será tarde?
Já não estarão esperando por nós no palácio? Minha mulher e os outros? Vamos
embora!
-
Sim - disse eu. - Vamos embora.
-
Pelo amor de Deus, Montresor!
-
Sim - disse eu. - Pelo amor de Deus!
Aguardei
debalde uma resposta a estas palavras. Impacientei-me. Chamei em voz alta:
-
Fortunato!
Nenhuma
resposta. Chamei de novo:
-
Fortunato!
Nenhuma
resposta ainda. Lancei uma tocha através da abertura e deixei-a cair lá dentro.
Como resposta, ouvi apenas o tinir dos guizos. Senti um aperto no coração...
Devido talvez à umidade das catacumbas. Apressei-me em terminar meu trabalho.
Empurrei a última pedra em sua posição. Argamassei-a. Contra a nova parede,
reergui a velha muralha de ossos. Já faz meio século que mortal algum os
remexeu.
O
RETRATO OVAL
O
castelo cuja entrada meu criado se aventurara a forçar para não deixar que eu
passasse a noite ao relento, gravemente ferido como estava, era um desses
monumentos ao mesmo tempo grandiosos e sombrios que por tanto tempo se ergueram
carrancudos entre os Apeninos, tanto na realidade como na imaginação da Sra.
Radcliffe. Segundo todas as aparências, tinha sido temporária e muito
recentemente abandonado. Aboletamo-nos em uma das salas menores e menos
suntuosamente mobiliadas, localizada num afastado torreão do edifício. Eram
ricas, embora estragadas e antigas suas decorações. Tapeçarias pendiam das
paredes, adornadas com vários e multiformes troféus de armas, de mistura com um
número insólito de quadros de estilo bem moderno em molduras de ricos arabescos
de ouro. Por esses quadros, que enchiam não só todas as paredes, mas ainda os
numerosos ângulos que a esquisita arquitetura do castelo formava, meu delírio
incipiente me fizera talvez tomar profundo interesse. Assim é que mandei Pedro
fechar os pesados postigos da sala pois já era noite, acender as velas de um
enorme candelabro que se achava à cabeceira de minha cama e abrir completamente
as franjadas cortinas de veludo preto que envolviam o leito. Desejei que tudo
isso fosse feito, a fim de que pudesse abandonar-me senão ao sono, pelo menos,
alternativamente, à contemplação desses quadros e à leitura de um livrinho que
encontrara sobre o travesseiro e que continha a critica e a descrição das
pinturas. Li, li durante muito tempo e longamente contemplei aqueles quadros.
Rápida
e esplendidamente as horas se escoaram e a profunda meia-noite chegou. A
posição do candelabro me desagradava e, estendendo a mão, com dificuldade, para
não perturbar o sono do criado, coloquei-o de modo a lançar seus raios de luz
em cheio sobre o livro. Esse gesto, porém, produziu um efeito totalmente
inesperado. Os raios das numerosas velas (pois haviam muitas) caíam agora
dentro de um nicho da sala que até então estivera mergulhado na intensa sombra
lançada por uma das colunas da cama. E assim vi, plena luz, um retrato até
então despercebido. Era o retrato de uma jovem no alvorecer da feminilidade.
Olhei rapidamente para o retrato e depois fechei os olhos. Por que isso fizera,
eu mesmo não o percebi a principio. Mas, enquanto minhas pálpebras permaneciam
fechadas, revolvi na mente a razão de assim ter feito. Era um movimento
impulsivo, para ganhar tempo de pensar, para certificar-me de que minha vista
não me iludira, para acalmar e dominar a fantasia, forçando-a a uma
contemplação mais serena e mais segura. Logo depois, olhei de novo, fixamente
para o quadro. Do que então vi claramente não poderia nem deveria duvidar.
Porque o primeiro clarão das velas sobre aquele quadro como que dissipou o
sonolento torpor que furtivamente se apossava de meus sentidos e sem demora me
pôs completamente desperto. O retrato, como já disse, era o de uma jovem.
Apenas a cabeça e os ombros, feitos na maneira tecnicamente chamada vignette, e
bastante no estilo das cabeças favoritas de Sully. Os braços, o colo, e mesmo
as pontas do cabelo luminoso perdiam-se imperceptivelmente na vaga porém
profunda sombra formada pelo fundo do conjunto. A moldura era oval, ricamente
dourada e filigranada à mourisca. Como obra de arte, nada podia ser mais
admirável do que a própria pintura. Mas aquela comoção tão súbita e tão intensa
não me viera nem da execução da obra nem da imortal beleza do semblante. Menos
do que tudo poderia ter sido minha imaginação que despertada de seu
semi-torpor, teria tomado aquela cabeça pela de uma pessoa viva. Vi
imediatamente que as peculiaridades do desenho, do trabalho do vinhetista e da
moldura deviam ter de pronto dissipado tal idéia, impedido mesmo seu momentâneo
aparecimento. Permaneci quase talvez uma hora semi-erguido, semi-inclinado, a
pensar intensamente sobre tais pormenores, com a vista fixada no retrato. Por
fim, satisfeito com o verdadeiro segredo de seu efeito, deixei-me cair na cama.
Descobrira que o encanto do retrato estava na expressão de uma absoluta
aparência de vida que a princípio me espantou para afinal confundir-me,
dominar-me e aterrar-me. Com profundo e reverente temor, tornei a pôr o
candelabro em sua primitiva posição. Afastada assim de minha vista a causa de
minha aguda agitação, busquei avidamente o volume que descrevia as pinturas e
sua história. Procurando a página que se referia ao retrato oval, li as
imprecisas e fantásticas palavras que se seguem:
Era
uma donzela da mais rara beleza e não só amável como cheia de alegria. E
maldita foi a hora em que ela viu, amou e desposou o pintor. Ele era
apaixonado, estudioso, austero e já tinha na Arte a sua desposada. Ela, uma
donzela da mais rara beleza e não só amável como cheia de alegria, toda luz e
sorrisos, travessa como uma jovem corça; amando com carinho todas as coisas; odiando
somente a Arte, que era sua rival; temendo apenas a paleta, os pincéis e os
outros sinistros instrumentos que a privavam da contemplação do seu amado. Era
pois terrível coisa para essa mulher ouvir o pintor exprimir o desejo de pintar
o próprio retrato de sua jovem esposa. Ela era, porém, humilde e obediente, e
sentava-se submissa durante horas no escuro e alto quarto do torreão, onde a
luz vinha apenas de cima projetar-se, escassa, sobre a alva tela. Mas ele, o
pintor, se regozijava com sua obra, que continuava de hora em hora, de dia em
dia, e era um homem apaixonado, rude e extravagante, que vivia perdido em
devaneios; assim não percebia que a luz que caía tão lívida naquele torreão
solitário ia murchando a saúde e a vivacidade de sua esposa, visivelmente
definhando para todos, menos para ele. Contudo, ela continuava ainda e sempre a
sorrir, sem se queixar, porque via que o pintor (que tinha alto renome)
trabalhava com fervoroso e ardente prazer e porfiava, dia e noite, por pintar
quem tanto o amava, mas que todavia, se tornava cada vez mais triste e fraca.
E, na verdade, alguns que viram o retrato falavam em voz baixa de sua
semelhança como de uma extraordinária maravilha, prova não só da mestria como
de seu intenso amor por aquela a quem pintava de modo tão exímio. Mas afinal,
ao chegar o trabalho quase a seu termo, ninguém mais foi admitido no torreão,
porque o pintor se tornara rude no ardor de seu trabalho e raramente desviava
os olhos da tela, mesmo para contemplar o semblante de sua esposa. E não percebia
que as tintas que espalhava sobre a tela eram tiradas das faces daquela que se
sentava a seu lado. E quando já se haviam passado várias semanas e muito pouco
a fazer, exceto uma pincelada sobre a boca e um colorido nos olhos, a alegria
da mulher de novo bruxuleou, como a chama dentro de uma lâmpada. E então foi
dada a pincelada e completado o colorido. E durante um instante o pintor ficou
extasiado diante da obra que tinha realizado mas em seguida, enquanto ainda
contemplava, pôs-se a tremer e, pálido, horrorizado, exclamou em voz alta:
"Isto é na verdade a própria vida. Voltou-se, subitamente, para ver a sua
bem-amada... Estava morta!
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