27 de novembro de 2009

QUEM NÃO TEM MEDO?

QUEM NÃO TEM MEDO?

     Marlene B. Cerviglieri

Todos nós temos os nossos medos, principalmente quando pequenos. Muitas coisas não compreendemos e nos assustam alem de criarmos nossas fantasias.
João Vitor era um garotinho muito querido por todos na família, especialmente os avôs que eram chamados vovô João e vovô Vitor.
Os dois contavam estórias e faziam muitas brincadeiras com o netinho que ultimamente andava triste.
Resolveram os dois ficarem uma tarde com o neto para ver se poderiam ajudá-lo.
Assim sendo os dois brincaram a tarde toda com o garoto até que conseguiram conversar com ele.
__Meu querido diga para nós o que esta deixando você tão tristonho?
__Eu não estou triste, apenas não quero ir dormir em minha cama, e a mamãe não deixa mais eu ir dormir com ela.
__Deve haver alguma coisa que impede você de ir dormir na sua cama. Seu quarto é tão bonito e foi feito especialmente para você!
__Sei disso, vô João e vô Vitor , mas...tenho medo!
__Só isso! -  disseram os dois.
__É tenho medo de ficar no meu quarto.
__Cada um de nós tem uma estória para te contar.
__Conta você primeiro João.
__Bem! -  disse João. Você sabe que um dia eu também já fui criança como você?
__Claro né vô, e sei que um dia vou ficar idoso como você.
__Esperto este meu menino.
Bem vou te contar a estória de minha cama e de meu medo.
__Aprumaram-se os três para ouvi-lo.
__Eu tinha um quarto não muito grande, mas eu gostava dele. Porém comecei a ouvir uns ruídos estranhos, e não sabia o que era. Fiquei acordado prestando atenção e não conseguia saber o que era. O medo foi tomando conta de mim e me encolhi todo na cama me enrolei nos lençóis. No dia seguinte falei com minha mãe, e não quis ir dormir no meu quarto. Pedi e ela consentiu que eu dormisse no quarto dela. Foi muito bom dormi a noite toda sem medo e sem ouvir nada. Mas a noite seguinte, meu pai me levou para meu quarto e disse-me que tinha estado lá e não ouviu nada e não tinha nada. Fiquei apavorado mas fiquei no quarto e me enrolei nos lençóis e logo mais tarde comecei a ouvir os ruídos novamente. Chorei esperneei e naquela noite não fui para o quarto sozinho. Meu pai foi dormir comigo e levou um colchonete, e ficou junto de mim. No inicio dormimos. De repente comecei a ouvir o barulho. Desci da cama de mansinho e chamei papai que dormia.
__Papai, papai.
__Os dois juntos ficamos atentos, eu tremia de medo. Para minha surpresa papai foi até a janela abrindo-a chamou-me e rindo me mostrou os galhos de uma enorme  trepadeira que o vento balançava e raspava na janela! Este era o barulho que criara o medo em mim... Fiquei tão contente quando papai me abraçando disse-me:
__Vou te contar a minha estória agora, de medo é claro.
__Como você também fui criança um dia e tive meus medos. Chorava a noite e não queria ir para minha cama. Claro é melhor ficar com o papai e mamãe. Mas cada um tem sua cama seus lençóis seu lugarzinho para suas fantasias. Um dia você vai entender isto.  Bem, minha mãe me levou para a cama e me disse:
__Filho, hoje cedo eu sacudi os teus lençóis e pedi para todos os espíritos brincalhões ou os que gostam de assustar irem embora.Faço isto toda manhã quando arrumo teu quarto.Você mesmo pode fazer isto quando eles te incomodarem.Arrume a cama novamente e estique bem os lençóis, você vai dormir na hora. Vamos fazer já para você ver como é. E assim sendo minha mãe desarrumou a cama novamente e disse.Saiam todos daqui deixem meu menino dormir em paz, arrumando minha cama todinha.
__Dormi profundamente aquela noite e todas as outras, sempre que preciso sigo o que minha mãe me ensinou.
__Portanto meu caro netinho faça o mesmo, arrume a cama novamente do seu jeitinho e espante todos os fantasminhas.
__Que bom vô é uma idéia. Vou fazer isto.
__João e Vitor se entreolharam e mais tarde comentaram-Se todos conseguissem espantar os fantasminhas de suas camas que bom seria.Mas desde cedo é que se ensina a enfrentá-los não é mesmo?
__O medo criado e o fantasma imaginado.
__Quanto ainda a aprender ...
... E assim João Vitor conseguiu dormir sem medo lembrando e pondo em pratica a lição do vovô João.
                                                                                              

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