SINTOMAS
Universidade de Ribeirão Preto
Eritema (vermelhão da pele) pode surgir no primeiro ou segundo dia: a vermelhidão se instala no tronco e se espalha para os membros, poupando palmas das mãos e planta dos pés.
Bradicardia (diminuição da freqüência dos batimentos do coração) é encontrada em 30 a 90% dos casos.
A doença costuma ser bifásica: dois ou três dias depois de surgirem, os sintomas regridem e a febre cai. Outros dois ou três dias se passam e a sintomatologia retorna, geralmente menos intensa. O eritema fica mais nítido e surgem ínguas no pescoço, fossa supraclavicular e regiões inguinais.
Em poucos dias, o eritema regride novamente e a pele chega a descamar. A apresentação bifásica pode não ser nítida, nem é obrigatória. As duas fases, juntas, duram de 5 a 7 dias, tipicamente, mas a doença pode deixar um rastro de fadiga e depressão que permanece por diversas semanas.
Na forma hemorrágica, os sintomas são semelhantes, mas a doença é muito mais grave, por causa das alterações da coagulação sanguínea. Pequenos vasos podem sangrar na pele e nos órgãos internos, surgindo hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrintestinais ou uterinas. Nos casos da forma hemorrágica é fundamental procurar assistência médica.
A fisiopatologia da dengue hemorrágica é mal conhecida. Uma das teorias parte do princípio de que ela esteja associada à infecção por cepas (linhagens) mais agressivas do vírus. A segunda pressupõe que já tenha havido uma primeira infecção inaparente pelo vírus, seguida de outra que provocaria reações imunológicas capazes de interferir com elementos essenciais do mecanismo de coagulação.
Como o leito dos capilares se dilata, a pressão arterial pode baixar, dando origem à tontura, queda, choque e, em raríssimos casos, à morte.
Na primeira vez em que uma pessoa é contagiada por qualquer dos 4 tipos de vírus, adquire a dengue clássica e nunca mais voltará a ter dengue daquele mesmo tipo de vírus.
Se infectada por outro dos 3 restantes tipos de vírus, pode apresentar o quadro de dengue hemorrágica. A classificação 1, 2, 3 ou 4 não tem qualquer relação com a gravidade da doença, diz respeito à ordem da descoberta dos vírus.
Cerca de 90% dos casos de dengue hemorrágica ocorre em pessoas anteriormente contaminadas por um dos quatro tipos de vírus. Todavia, aproximadamente 10% dos pacientes apresenta esse quadro já na primeira contaminação.
O período de incubação é de três a quinze dias após a picada. Dissemina-se pelo sangue (viremia).
Os sintomas iniciais são inespecíficos como febre baixa (freqüentemente vai a menos de 35ºC) de início abrupto, mal-estar, pouco apetite, dores de cabeça e musculares e por vezes sangramento fácil dos olhos e nariz.
Mais tarde pode provocar hemorragias internas e coagulação intravascular disseminada, com danos e enfartes em vários órgãos, que são potencialmente mortais. Ocorre freqüentemente também hepatite e por vezes choque mortal devido às hemorragias abundantes para cavidades internas do corpo.
Há ainda exantemas cutâneos típicos (manchas vermelhas na pele), e dores agudas das costas (origem do nome, doença “quebra-ossos”).
A síndrome de choque hemorrágico da dengue ocorre quando pessoas imunes a um sorotipo devido a infecção passada já resolvida viajam e são infectadas por outro sorotipo.
Os anticorpos produzidos não são específicos suficientemente para neutralizar o novo sorotipo, mas ligam-se aos virions formando complexos que causam danos endoteliais, produzindo hemorragias mais perigosas que as da infecção inicial.
O DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de certeza da dengue é laboratorial. Pode ser obtido por isolamento direto do vírus no sangue nos 3 a 5 dias iniciais da doença (fase de viremia) ou por exames de sangue para detectar anticorpos contra o vírus (testes sorológicos).
O diagnóstico normalmente é feito por IVIS, isolamento viral através de inoculação de soro sanguíneo em culturas celulares; ou por morologia.
As pessoas em áreas endêmicas que têm sintomas como febre alta devem consultar um médico para fazer análises.
É aconselhável ficar em repouso e beber líquidos. É importante evitar a automedicação, porque pode ser perigosa, usando apenas a prescrição médica.
Não é aconselhável usar remédios à base de ácido acetilsalisílico (AAS), como aspirina ou outros AINEs, porque eles facilitam a hemorragia. Caso o nível de plaquetas desça abaixo do nível funcional mínimo (trombocitopenia) justifica-se a transfusão desses elementos.
O controle é feito basicamente através do combate ao mosquito vetor, principalmente na fase madura do inseto. Deve-se evitar o acúmulo de água em possíveis locais de desova dos mosquitos.
Quanto à prevenção individual da doença, aconselha-se o uso de janelas teladas, além do uso de repelentes.
É importante tratar de todos os lugares onde se encontram as fases imaturas do inseto, neste caso a água. O mosquito da dengue coloca seus ovos em lugares com água parada (limpa).
A melhor embora na fase larvar os insetos estejam na água, os ovos são depositados pela mãe na parede dos recipientes, aguardando a subida do nível da água para eclodirem. E com isso a pessoa infectada pode ate morrer, por causa de um descuido com a saúde.
Qualquer sintoma de dengue procure um posto de saúde o mais rápido possível.
Um dos principais problemas no combate ao mosquito é localizá-lo. Atualmente, o Ministério da Saúde Brasileiro utiliza o Índice Larvário, um método antigo, do início do século XX, cujas informações são pouco confiáveis e demoradas.
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